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publicado em 12 de janeiro de 2022

Propriedades rurais no Centro-Oeste zeram lançamento de metano na atmosfera

O compromisso assumido pelo Brasil na COP26 já é realidade em fazendas que transformam o gás em energia elétrica renovável.

Um compromisso que o Brasil assumiu na COP26 de reduzir o lançamento de metano na atmosfera já é uma realidade em algumas propriedades rurais no Centro-Oeste.

Na fazenda do produtor rural Paulo Franz, em Mato Grosso, são criados mais de 500 mil suínos. As fezes e a urina dos animais são 100% reaproveitadas e a emissão de gás metano é zero.

“Fizemos os biodigestores e, neles, ‘tu’, de fato, sequestra CO2 – gás carbônico – e o gás metano e transforma num combustível útil, que seria, no nosso caso, tocar os motores que geram energia. A outra parte desse processo, do biodigestor, vira biofertilizante, que é o que a gente usa nas lavouras de soja, milho, algodão e nas pastagens para alimento do gado”, explicou.

Os dejetos dos suínos, que saem das granjas, são armazenados nos biodigestores e, depois, se transformam em biogás, que é o responsável por estufar lonas. Com isso, 3,6 mil toneladas de metano, que seriam emitidas no meio ambiente, no período de um ano, vão se tornar energia elétrica renovável.

“Dentro do biodigestor, você tem uma reação anaeróbica, onde é produzido o biogás, que alimenta uma série de geradores e tem como objetivo a energia elétrica, que atende às necessidades da fazenda, e o excedente é produzido e gerado para a rede de distribuição da Energisa, a distribuidora local”, destacou Eduardo Leite, presidente da comercializadora de energia.

Alexandre Ferreira do Nascimento, pesquisador da Embrapa, explica que também existem medidas para reduzir a emissão de metano na produção de gado:

“Considerando que a maioria da nossa produção animal vem de pastagens, a melhoria do capim é o caminho mais curto para se ter a redução das emissões”.

É o exemplo de uma propriedade onde são criadas em torno de 1,8 mil cabeças de gado. Com o trabalho de recuperação do solo e da floresta, a produção aumentou e a diminuição do lançamento de gases na atmosfera também.

“Você tem uma área extensiva, degradada, que não chega a nem uma cabeça por hectare, e, quando você trabalha reformando essas áreas, você pode jogar três, quatro ou até bem mais. Já são cinco anos trabalhando tanto nessa fazenda quanto nas outras demais. A empresa já conseguiu reduzir em 750 mil toneladas de carbono a emissão”, afirmou Felipe Lage Bicalho, diretor de operações.

“A COP26 vem como um instrumento adicional para que a gente promova adequação ambiental e, consequentemente, climática do nosso planeta. Fica cada vez mais claro que todas as soluções hoje apresentadas se tornam viáveis economicamente, a partir de um investimento relativamente baixo, com retorno de investimento, em média, de oito a dez anos”, ressaltou Carlos Canejo, doutor em Engenharia Ambiental.

Fonte: Jornal Nacional