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publicado em 30 de outubro de 2023

Termômetro atinge até 67 °C no solo: ameaça à soja em MT

Além das temperaturas altas, a estiagem preocupa os produtores quanto a janela ideal do milho segunda safra

 

irregularidade das chuvas tem sido o grande desafio do sojicultor mato-grossense neste início de safra nas principais regiões produtoras do estado. Em Paranatinga, as altas temperaturas e a falta de umidade na terra estão tirando o sono dos agricultores. Alguns produtores registraram temperaturas de até 67 °C.

A estiagem e altas temperaturas que ameaçam a produtividade nas lavouras de soja no estado são o tema do Patrulheiro Agro desta semana.

Produtores que já semearam o grão estão apreensivos com o risco de ter que replantar a área por falta d’água. Já os que ainda não iniciaram o cultivo temem a perda de qualidade das sementes armazenadas e a ameaça à segunda safra de milho, que está com a janela cada vez mais estreita no município.

O agricultor Rubilar Pedro Filho, plantou no início de outubro e está há 20 dias sem chuvas. Ele acredita que terá que replantar 10% dos 600 hectares estimados para a oleaginosa nesta safra.

“Na nossa propriedade todos os dias as temperaturas estão acima de 40 °C, 42 °C. As poucas plantas que saíram estão sofrendo, você pode ver que está em um estado crítico já e a maioria das sementes não teve umidade suficiente para germinar estão todas debaixo do solo”, conta Rubilar.

expectativa do produtor nas áreas era uma produtividade acima de 65 sacas por hectare. “A gente nunca tinha vivenciado essa situação que estamos passando esse ano. O milho já está 100% descartado. A ideia é fazer da melhor forma possível a safra de soja, e depois entrar com algumas culturas de safrinha com menos risco”.

Produtor estima replantar 700 hectares em sua fazenda

Em outra propriedade da região, a soja deve ocupar 2,4 mil hectares. Nos 700 hectares que já foram cultivados, a falta de umidade no solo prejudicou o desempenho das plantas recém emergidas e, de muitas que ainda estão em fase de germinação.

Bruno Pierdona, agricultor, conta que não foram acumulados nem 100 milímetros em 18 dias e que, provavelmente, terá que replantar 100% de uma área. 

“Está bem complicada a safra. O risco é muito alto, então o seu lucro é muito pequeno perto do seu investimento e aí você tem esse risco elevadíssimo”, explica.

Na propriedade do Guilherme Techio, a preocupação é ainda maior já que metade dos 4 mil hectares de soja estimados para esta safra estão semeados e sendo duramente castigados pela alta temperatura do solo. De acordo com o agricultor, 30% da área corre risco de ter que ser replantada. 

“Temos relatos dentro da propriedade de temperaturas de até 67° C no solo, sensação térmica de 49°C, 50 °C. Pouca umidade e uma temperatura elevada dessa. A planta vai se entregando, não tem o que fazer. A lavoura não será uma lavoura uniforme, então na colheita teremos problemas sim”, frisa Guilherme.

Fonte: canalrural.com.br